domingo, 15 de novembro de 2009

ORGASMO IMAGINÁRIO


Então ela se aproxima de mim e me oferece o bolo feito com aquelas mãos delicadas de unhas cor de vinho.
Mãos que usa para se masturbar pensando em mim.
Ela pensa que eu não sei...

Passou a tarde preparando o bolo,
um carinho sexual.
"É como num feitiço", fantasiou,
e quem comesse daquele bolo a comeria também.
Então eu como. Como como a comerei daqui a pouco.
Como com mordidas fortes, trancando palavrões.

Essa anca se mexe discretamente, como que por acidente, achando que me engana.
Achando que acreditarei que é inocente.
Rá!
Pura inocência!
Eu sei o que você pensa! Eu sei!

Você pensa em masoquismo,
em correntes,
em tapas,
em puxões de cabelo
enquanto está de quatro
emitindo súplicas indistinguíveis pela boca amordaçada!

Mas tudo bem,
eu vou fingir que não entendo.
Vou continuar fingindo. Eu vou continuar...
Como se aquela sua cara de susto quando te apertei contra a parede daquela vez fosse verdadeira.

É que esse seu jogo tem regras prontas, não é?
Por isso nós fingimos, não é?
O gozo fica subentendido.


nov/ 2009

Um comentário:

  1. hummmmmm
    kkkkkkkkkk
    esse eu ainda não conhecia!!!
    "sangue de morango"
    fantástico o nome!
    adorei, o blog, os posts... tudo!!!
    =D

    ResponderExcluir