sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

SOBRE CAFÉ E LÁGRIMAS



O corpo nú num labirinto de lençóis suados
e o dinheiro no criado-mudo.
A luz, sem nenhuma educação,
invadira o quarto.
Já era outro dia.

Um banho bem quente
e uma roupa bem nova
e uma maquiagem bem feita,
só pra enfeitar um coração vazio.

Disfarçando a solidão
nos orgasmos de tantos jovens, velhos e crianças;
nos gemidos forçados que saíam como pedras enormes dos rins.
Não... não era prazer...
Não... caralhos não doem...

E aquela orgia vazia
E aquela cama cheia
E aquele antigo sonho de se casar de branco
com o cara incrível que nunca apareceu;
e se foi e se foi e mais esse...

Um gosto de café matinal diluído em lágrimas.


dez/2009

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

OXI - ME - REDUÇÃO

O oxigênio invade meu corpo.
Me envelhece desde que nasci.
Corrói células vitais e, quando cansa,
sai.

E logo eu, que tinha tanta força;
Força quase de ferro...
Ando agora tão apoiado
nos meus ossos distraídos e quebradiços.

O oxigênio engole o ferro;
O oxigênio não tem compaixão.
Meu corpo pode até ser de ferro;
Minha essência não.